Todo mundo conhece alguém que nasceu no dia 29 de fevereiro e diz fazer aniversário apenas a cada quatro anos. Dia bissexto, ele compensa uma diferença entre a contagem do calendário e o movimento real de translação da Terra em torno do Sol.
Enquanto no papel o ano dura 365 dias, no mundo físico nosso planeta leva cerca de 365,25 dias para dar uma volta completa na nossa estrela. Assim, a cada quatro anos o calendário se atrase em um dia, sendo necessário acrescentá-lo para “zerar” a conta. E fevereiro, por questões históricas, é o mês mais curto do ano. Nada mais natural do que jogá-lo no fim deste mês, e temos então o 29 de fevereiro, esta quarta-feira.
Mas o ano cósmico da Terra também não tem exatamente 365,25, assim como o dia não dura exatamente 24 horas. Ao final de longas contas e a adoção de determinados padrões, o ano oficial do mundo, chamado “ano tropical”, tem aproximadamente 365,24219 dias. Novamente, o calendário não fica perfeitamente ajustado apenas com o acréscimo de um dia a cada quatro anos. Fica sobrando 0,03124 dia, ou cerca de 45 minutos, que ao final de 128 anos, ou 32 anos bissextos, se acumula em quase um dia inteiro. Assim, é preciso fazer uma compensação e convencionou-se fazê-la a cada 100 anos, ou 25 anos bissextos. Por isso, 1700, 1800 e 1900 não foram anos bissextos.
O ano 2000, no entanto, foi bissexto, e aqui temos um último ajuste (pelo menos por enquanto). Como vimos, as sobras das compensações feitas a cada quatro anos com um 29 de fevereiro viram quase um dia a mais em 128 anos, e não em 100 como se convencionou. Desta forma, a cada século o calendário fica aproximadamente 0,219 dia atrasado. Determinou-se então que de 400 em 400 anos um dia seria acrescentado, o que aconteceu no início deste milênio pela primeira vez desde que o atual calendário gregoriano foi adotado em 1582, quando esses ciclos foram instituídos.
Então, temos três regras básicas para determinar se um ano é bissexto ou não. Se ele for divisível por quatro, ele deverá ser bissexto; a não ser que também seja divisível por 100; desde que também não seja divisível por 400. Enfim, isso fará com que, depois de oito ciclos de 400 anos, tenhamos novamente um dia sobrando. Estaremos então no ano 4800, quando, se ainda estivermos aqui e usarmos o mesmo calendário, não deverá ser bissexto.